sábado, 28 de agosto de 2010

Entre Beijos e Rosas


O mesmo pessoal, o mesmo cenário e aquela sensação de alivio... essa foi uma das tão esperadas comemorações , o clima era perfeito...meia luz...bebidas...as peruanas e as loiras, do jeito que todo mundo queria, lembro-me que nesse dia estava a comprovar se realmente a lua de qualquer lugar que você esteja é sempre menor que seu dedo polegar, aquilo tudo foi um sonho, suspiros, calafrios de paixão...de amor, fazia muito tempo que meus lábios não voltavam a tocar aqueles lábios novamente, viajei em mim, viajei nela. Aquele dia parecia um marco um momento de passagem para uma nova vida a artir de então todos os companheiros presentes mudariam os destinos de sua vida.

Lembro-me das rosas vermelhas, com suas pétalas leves e macias que acariciavam meu rosto, lembro do gosto do vinho tinto, doce que lembrava sacanagem (rsrsrs), o espaço físico não tinha nenhuma característica, nenhuma identidade, surreal, um não lugar, o mesmo não lugar da festa do baile dos oficiais...adormeci...

A Descida do avião


Esse foi o momento mais esperado por nós todos, mesmo tendo perdido a guerra voltamos como vitoriosos, meus olhos lacrimejavam ao pensar que estava em casa, esperava abrir a porta e estar todos a me esperar na sala, mas para minha surpresa estavam lá no aeroporto inclusive ela, quem eu deixei a me esperar antes de ir pra guerra, a felicidade é uma só, festas, comemorações e por aí vai, o que eu queria mesmo era esquecer todas aquelas cenas da minha vida, mas não teve um dia se quer que me lembrasse daquele frio, do barulho dos tiros de artilharia, da tensão e dos verdadeiros amigos que fiz em campo de batalha, nem um dia se quer.

Confesso que fiquei surpreso ao saber que tinha alguém a me esperar alguém que sempre sonhou por esse esperado momento a minha descida do avião, assim achava eu que realmente fosse assim, mas como não existe nada tão ruim que possa ser piorado partir para novas batalha seguintes.

Alivio Imediato


“Que a chuva caia como uma nuvem um dilúvio um delírio, que a chuva traga alivio imediato...”espera a cada momento isso, o alivio, o fim, percebia que a guerra já tinha acabado, o que me matava eram essas questões diplomáticas, eu estava realmente arrasado, queria o descanso físico e mental, meus olhos estavam pesados devido as noites de sentinela, meu corpo sujo, meu estomago precisava de alimento, mas em fim dava graças a Deus por estar vivo...

Outro fator que me assombrava era a saudade que no momento se tornará companheira, o alivio imediato pra mim seria a descida do avião e pisar em solo pátrio como um vencedor um guerreiro que lutou e voltou, queria abraços calorosos, queria meu povo comigo para sempre, minhas antigas amizades, minhas antigas coisas...ainda tive de passar uma boa temporada longe casa, nem carta nem sinal de vida, NADA.

Então foi aí que ao ver que não valia a pena morrer e nadar na praia, conseguimos voltar para casa, um comboio veio nos buscar e a partir daí começavam os dias de glória.

A Pistola Pessoal


Meu exercito estava em baixa, lutava quase que sozinho em um determinado dia pela manhã sentia que estava indo para última batalha, estava querendo o fim daquilo... A caminho do vale da sombra da morte distribui para os meus soldados as últimas munições que me restavam, a ordem era alar baionetas, pois agora o combate era corporal, era hora de ver a cara do inimigo e lutar olho no olho, com a faca entre os dentes a luta foi semelhante a dos Comandos, por fim tomei uma decisão, resolvi lutar só...Aquela guerra era minha, o combate foi um dos mais exaltantes possíveis, no fim fui acometido por uma perfuração de uma faca de trincheira nas costas, um corte profundo que tomava e congelava meu corpo lentamente.

Sabia que não adiantava mais lutar, insistir no erro era burrice e o pior pra mim seria morrer em combate a traição, antes de isso acontecer me recolhi na base e em um ato diplomático coloquei os poucos soldados que restavam em forma e ali demos o último Brado de fora de forma! Após isso entreguei ao inimigo a minha pistola pessoal, em guerras uma das formas de um exercito se render é o comandante ou o soldado de mais alta patente entregar ao inimigo, sua arma pessoal, um ato de bravura e de honra... foi isso que fiz a meta era evitar mais baixas...

As Guerras da guerra


Após conviver com aquela sensação de que o mundo tinha acabado ou que minha vida tivesse no fim, decidi realmente usar de outros recursos para por um fim nisso tudo ações que nas regras da guerra era uma atitude traiçoeira, mas pra mim nada mais importava o que queria era acabar com isso tudo, já estava passando da hora não adiantava esperar as coisas caírem do céu, o meu exercito tinhas baixas a cada dia, mas me segurava em cada soldado que lutava ao meu lado até o fim.
As experiências que sem tem em guerra são as mais difíceis possíveis e o pior que lá é o pior, pois como dizia o ditado o pior é na guerra, segui num jogo de ataques e contra ataques a cada ação minha vinha uma reação que me derrubava ainda mais, nem sabia como sair, a cada fim de dia preparava as estratégias de ataque sempre utilizava o efeito surpresa.
Nunca consegui entender eu sempre tive experiência em treinamentos ou situações semelhantes e o meu inimigo sempre conseguia me abater atentando para o fato de que suas experiências não eram tão válidas.
Por volta do quarto dia meu corpo já dizia que não dava mais pra continuar e nem minha mente, era um alvo fácil queria sempre achar uma saída não tinha vantagem pra eu continuar levando isso.
Ao meu ver o fim disso tudo seria a eliminação do inimigo por um basta e voltar pra casa, voltar para o lugar de onde nunca deveria ter saído no aconchego do meu lar, estava longe de casa, longe de tudo, longe de mim, após várias e várias estratégias por alguns momentos comemorei a minha vitória, mas a vingança é um prato que se come frio, e o um opressor aguardava ansiosamente minha derrota, busquei todos os tipos de ajuda, todos os santos, mas a única coisa que Deus me deu foi a conformação e o apoio para seguir em frente, para levantar a cabeça e dar a volta por cima, mesmo estando incompleto mesmo assim quis voltar pra casa, mas queria a qualquer custo estar e mim de novo.
As guerras só nos causam dor, é mesmo como diz na Canção do Exercito, naquele momento esperava e pagava a qualquer custo por um momento de paz.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

O Vale da Sombra da Morte...


Essa seria a primeira batalha, dividi o primeiro o dia em etapas que iria conquistar como numa tomada de território, lentamente, fazendo o lanço e no rastejo... Conta a lenda dos antigos militares que todos aqueles que recuaram e foram covardes em combate e que morreram por isso, seu castigo seria habitar eternamente o Vale da Sombra da morte, o último lugar pra onde se é mandado com passagem apenas de ida, sem volta! Por lá vagam os espíritos de soldados de guerra pedindo piedade e perda, ou talvez apenas uma chance para voltar para casa, diariamente tive que freqüentar o Vale e passar por seus portais, passando para outro mundo, no primeiro dia de batalha dei meus primeiros disparos em direção ao inimigo achando que ali estaria resolvido tudo, confiava em meu tiro que seria certeiro, no espaço de tempo entre alça, massa, prender a respiração, apertar o gatilho, e o projétil chegar ao seu destino, o inimigo ria e estava mais certo que eu da sua vitória, mas o verdadeiro objetivo desse disparo era confirmar se aquilo era uma guerra e seu era o convocado, horas depois próximo a confirmar tudo ainda tinha esperanças de que tudo aquilo era um simples engano, ou até mesmo uma brincadeira de mau gosto, subi no pico do lugar mais alto, segundos antes de receber a resposta oficial, contemplei a paisagem pela ultima vez, sempre existia uma esperança, mas no fundo do peito sabia que o fim do mundo estava próximo, POSITIVO e operante é isso, mais uma vez sofri, chorei e fiquei em choque, abalado, é isso é a guerra cabe a mim lutar pra no fim ser um vencedor, muitas águas ainda iam rolar isso era apenas o começo e eu achando que era o fim, o pior de tudo é que todas as batalhas dessa guerra estariam a ser travadas as portas do Vale da Sombra da Morte...

A Convocação!


Dois dias após o baile da despedida sem saber que era isso a guerra estoura em minha vida, estava despreparado sem material bélico e com pouco efetivo no exercito! O mundo caiu sob meus pés! Todos os planos e metas foram por água a baixo, estado de choque! Primeira etapa do luto, como se eu soubesse que ia realmente morrer, tentava até a ultima instancia a salvação, uma saída, o desespero me acompanhava... Meu inimigo talvez fosse eu mesmo, aparentemente a guerra não estava declarada, só a lista de convocados para que fosse lutar nela, estive aos braços das verdadeiras amizades, estive como uma criança que chorava para não ficar na escola no primeiro dia de aula, a noite demorava a passar, lentamente vi minha vida passar diante dos olhos e conferia naquela prova duvidosa se realmente era aquilo! O Chamado para a guerra, sensação que não desejo para ninguém, mas mesmo assim coloquei minhas armaduras e estava disposto lutar, minha meta era sair vitorioso nessa história, só queria conforto, estar aos braços de alguém e aproveitar cada momento antes da guerra começar, antes de conviver com cheiro de gente morta e escutar constantemente os disparos de fuzil e da artilharia que estavam a me esperar, fui pego de surpresa e percebi que quem estava mais ao meu lado por que teria apostado erroneamente todas as minhas fichas tinha declarado, planejado e me convocado para essa luta contra mim mesmo, contra meus ideais, contra minha vida... Talvez estivessem a me testar meu espírito de Guerreiro (que é isso que temos que ser em nossas vidas), na noite anterior, juntei os melhores e “verdadeiros amigos” e os curti, cantei, chorei, agradeci e me despedi como se fosse à última vez que iria vê-los daquela maneira, nas próximas vezes eu não estaria mais inteiro, confesso que o medo e o desespero me acompanhava cada segundo que antecedeu o primeiro tiro no primeiro dia de batalha! A partir de então coloquei meu uniforme, minha armadura, peguei as armas e fui para a guerra...

Peruanas e loiras – as mulheres de uma noite só... (O baile dos Oficiais)


Na verdade era o inicio da semana, mas com cara de fim de semana afinal nada me comprometia com o dia seguinte, estava a relaxar oficialmente dos árduos dias de trabalho que estava passando anteriormente, relaxado buscava em meu eu o meu mundo, ser e fazer o que der na telha essa era minha meta, alteração e tudo que me tirava fora disso tudo estavam a me acompanhar... Bom! Na social sentado a mesa buscava expulsar de mim os problemas, buscavam calar as vontades reais e dar espaço as irrealidades, uma, duas, três, quatro e cinco... Pronto foi o suficiente pra falar alto, gritar, falar o que der na telha e sorrir, sorrir e sorrir muito... Gargalhadas, piadas e amigos isso sim foi um dos raros momentos felizes que tive antes de ir para guerra!

Mas na verdade a cervejas não eram suficiente pra eu ficar louco e relaxado faltava algo a mais... Algo que tomasse todos os sentidos de uma vez, então fomos apresentados as peruanas, meninas simpáticas, mas dominadoras cheias de disposição e com más intenções, observei que o Não Lugar como assim chamavam devia tomar forma o Não Lugar de nosso mundo surreal veio ao mundo real para tornar concreto os desejos irreais que alimentávamos durante toda a vida, com endereço certo e data e hora marcada para entrada, abastecemos imediatamente com as loiras e as peruanas, som alto e tudo que tem direito partimos na estrada da diversão, para cada um víamos o lugar de forma particular, com pouca luz, uma boa música, luz da lua, e as meninas (rsrsrsrs)...me sentia em mim com pessoas que me completavam encerramos lá pelas tantas, contemplando a Lua que focava em nossa direção...confesso que foi um dos dias mais felizes de toda minha vida! Estava em mim, estavam comigo, agradeço por esse dia ter existido, agradeço por vocês existirem em minha vida!

O Começo do fim...


Ao lado da solidão, sem armaduras, sem lenço e nem documento aqui estou eu, olhando o horizonte avaliando tudo o que passou todas as mudanças e tudo que aprendi tudo que perdi e o quanto envelheci com essas mudanças, na verdade retorno pra casa hoje buscando novos rumos em minha vida, como um soldado que volta da guerra vivo... Louco, em pedaços, atordoado e sem destino, mas vivo! Esse é o fim, mas quero contar esse fim do começo dia após dia, todas as batalhas que vivi em uma guerra por uma causa perdida talvez, às vezes nem sei por qual causa lutei, mas sei que lutei como um verdadeiro guerreiro.