Fotografia de Beatriz Lefèvre |
Algumas pessoas parecem predestinadas a uma experiência de vida fascinante. Os irmãos Villas-Bôas, sem sombra de dúvida, fazem parte deste seleto grupo. Largando o conforto da cidade grande para viver no meio do mato e em companhia dos índios, suas conquistas são muitas, sendo impossível fazer pouco da criação do Parque Nacional do Xingu (1961), a mais significativa e emblemática de todas. Inspirado na história real desses sertanistas, Xingu foi dirigido por Cao Hamburger a convite de Fernando Meirelles, que produziu o longa e recebeu o projeto das mãos do filho de Orlando Villas-Bôas.
Misturando doses sutis de drama, suspense, aventura e ação, a trama mostra desde os primeiros passos - mata adentro - dos três irmãos, Orlando (Felipe Camargo), Cláudio (João Miguel) e Leonardo (Caio Blat), até a criação do parque propriamente dita, revelando os efeitos paralelos que essa convivência com os nativos causou nas relações entre as três partes: brancos, índios e os Villas-Bôas. Com a maioria das cenas rodadas no Tocantins, é difícil não ser capturado pelas belas imagens, aliadas da fotografia e a trilha de dois parceiros de outros "carnavais" do diretor: Adriano Goldman e Beto Villares, respectivamente.
Misturando doses sutis de drama, suspense, aventura e ação, a trama mostra desde os primeiros passos - mata adentro - dos três irmãos, Orlando (Felipe Camargo), Cláudio (João Miguel) e Leonardo (Caio Blat), até a criação do parque propriamente dita, revelando os efeitos paralelos que essa convivência com os nativos causou nas relações entre as três partes: brancos, índios e os Villas-Bôas. Com a maioria das cenas rodadas no Tocantins, é difícil não ser capturado pelas belas imagens, aliadas da fotografia e a trilha de dois parceiros de outros "carnavais" do diretor: Adriano Goldman e Beto Villares, respectivamente.
Fotografia de Beatriz Lefèvre |
Dotado de algumas boas frases ("Terra desocupada tem dono") e fortes constatações, como o fato de que "civilizar" iria destruir os índios e que uma "fronteira", paradoxalmente, seria a única salvação para eles, o ponto fraco do longa pode estar no roteiro do cineasta em companhia de Anna Muylaert. Provavelmente encurralados entre um grande volume de informações e a vontade de usá-las, o que se vê na sala escura, em alguns momentos, são licenças criativas para a narrativa seguir seu rumo, mas não sem se perder na hora de gerar um maior envolvimento no espectador.
Não se trata, porém, de um filme frio. Longe disso. Mas a opção por velar relacionamentos amorosos, além de flechadas no preconceito e em questões de ordem política, não fazem "sangrar muito o coração" de quem senta diante da obra. Como resultado, cenas que poderiam ir mais fundo ficaram superficiais, apesar do apelo visual, como aconteceu na sequência da infestação da gripe ou na outra da aldeia atacada por brancos.
Ainda assim, mesmo que você não seja alguém antenado nos crimes contra o meio ambiente ou, quem sabe, nunca se interessou pelas causas indígenas, seria igualmente criminoso deixar de assistir essa produção bem realizada. Um filme sobre os três "heróis" brasileiros, desbravadores indicados ao Nobel da Paz, que lutaram para preservar nossas origens. Afinal, se fossem lideradas por outros, essas expedições para o progresso teriam um resultado bem diferente porque eles souberam respeitar o igual: o ser humano.
Trailer Oficial
FICHA TÉCNICA
Direção: Cao Hamburger
Produção: Fernando Meirelles, Andrea Barata Ribeiro,
Bel Berlinck
Roteiro: Elena Soarez, Cao Hamburger, Anna Muylaert
Direção de Fotografia: Adriano Goldman, ABC
Direção de Arte: Cassio Amarante
Produção de Elenco: Patricia Faria, Cecília Homem de Mello
Produção de Elenco Indígena: Francisco Accioly
Montagem: Gustavo Giani
Música: Beto Villares
Supervisão de Pós Produção: Hugo Gurgel
Desenho de Som e Mixagem: Alessandro Laroca,
Eduardo Virmond Lima, Armando Torres Jr.
Som Direto: Paulo Ricardo Nunes
Figurino: Verônica Julian
Caracterização: Anna Van Steen
Diretor de Produção: Marcelo Torres
Diretora Assistente: Márcia Faria
Produtora Executiva: Bel Berlinck, Andrea Barata Ribeiro
Empresa Produtora: O2 Filmes
Co-produção: Globo Filmes
Distribuição: Downtown Filmes, Sony Pictures e RioFilme
Elenco: João Miguel (Claudio Villas Boas),
Felipe Camargo (Orlando Villas Boas),
Caio Blat (Leonardo Villas Boas), Maiarim Kaiabi (Prepori)
Awakari Tumã Kaiabi (Pionim), Adana Kambeba (Kaiulu)
Tapaié Waurá (Izaquiri), Totomai Yawalapiti (Guerreiro Kalapalo)
Participação Especial: Maria Flor (Marina),
Augusto Madeira (Noel Nutels), Fabio Lago (Bamburra)
Direção: Cao Hamburger
Produção: Fernando Meirelles, Andrea Barata Ribeiro,
Bel Berlinck
Roteiro: Elena Soarez, Cao Hamburger, Anna Muylaert
Direção de Fotografia: Adriano Goldman, ABC
Direção de Arte: Cassio Amarante
Produção de Elenco: Patricia Faria, Cecília Homem de Mello
Produção de Elenco Indígena: Francisco Accioly
Montagem: Gustavo Giani
Música: Beto Villares
Supervisão de Pós Produção: Hugo Gurgel
Desenho de Som e Mixagem: Alessandro Laroca,
Eduardo Virmond Lima, Armando Torres Jr.
Som Direto: Paulo Ricardo Nunes
Figurino: Verônica Julian
Caracterização: Anna Van Steen
Diretor de Produção: Marcelo Torres
Diretora Assistente: Márcia Faria
Produtora Executiva: Bel Berlinck, Andrea Barata Ribeiro
Empresa Produtora: O2 Filmes
Co-produção: Globo Filmes
Distribuição: Downtown Filmes, Sony Pictures e RioFilme
Elenco: João Miguel (Claudio Villas Boas),
Felipe Camargo (Orlando Villas Boas),
Caio Blat (Leonardo Villas Boas), Maiarim Kaiabi (Prepori)
Awakari Tumã Kaiabi (Pionim), Adana Kambeba (Kaiulu)
Tapaié Waurá (Izaquiri), Totomai Yawalapiti (Guerreiro Kalapalo)
Participação Especial: Maria Flor (Marina),
Augusto Madeira (Noel Nutels), Fabio Lago (Bamburra)
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