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Os "Anos de Chumbo" - como é conhecido o período da ditadura militar brasileira (1964-1985) - são prolíficos para o cinema. Alguns filmes focam figuras quase que lendárias dessa época (Zuzu Angel, Lamarca); outros preferem contar casos isolados relacionados à ditadura e de grupos que se armam contra o regime (O Que É Isso, Companheiro?, Ação Entre Amigos); outros fazem uma reflexão mais lúdica e pessoal sobre as crises pessoais que esse momento político provocou nos personagens (O Ano Em Que Meus Pais Saíram de Férias, Cabra Cega). Batismo de Sangue também se passa nos "anos de chumbo" e é capaz de reunir todos esses elementos, além de relacionar dois conceitos que raramente caminham juntos em produções sobre a ditadura: a política e a fé.
Batismo de Sangue é baseado em livro homônimo escrito por Frei Betto, frade dominicano e escritor. Autor de 54 livros, editados no Brasil e no Exterior, estudou Jornalismo, Antropologia, Filosofia e Teologia. A publicação, que ganhou o Jabuti (principal prêmio da literatura brasileira) em 1985 e encontra-se na 18ª edição, é um livro de memórias sobre suas experiências durante a ditadura. Quando estava num convento de frades, no final dos anos 60, envolveu-se na resistência contra o regime e é esta a história contada no filme, que foca quatro freis: Betto (Daniel de Oliveira), Tito (Caio Blat), Fernando (Léo Quintão) e Ivo (Odilon Esteves). Movidos pelos ideais cristãos de apoiar seu povo, que se encontra em crise por conta do golpe militar, apóiam a Ação Libertadora Nacional, comandada por Carlos Marighella (Marku Ribas). As prisões e eventuais torturas de Tito, Fernando e Ivo levam a história a conseqüências drásticas para todos os personagens.
Batismo de Sangue é baseado em livro homônimo escrito por Frei Betto, frade dominicano e escritor. Autor de 54 livros, editados no Brasil e no Exterior, estudou Jornalismo, Antropologia, Filosofia e Teologia. A publicação, que ganhou o Jabuti (principal prêmio da literatura brasileira) em 1985 e encontra-se na 18ª edição, é um livro de memórias sobre suas experiências durante a ditadura. Quando estava num convento de frades, no final dos anos 60, envolveu-se na resistência contra o regime e é esta a história contada no filme, que foca quatro freis: Betto (Daniel de Oliveira), Tito (Caio Blat), Fernando (Léo Quintão) e Ivo (Odilon Esteves). Movidos pelos ideais cristãos de apoiar seu povo, que se encontra em crise por conta do golpe militar, apóiam a Ação Libertadora Nacional, comandada por Carlos Marighella (Marku Ribas). As prisões e eventuais torturas de Tito, Fernando e Ivo levam a história a conseqüências drásticas para todos os personagens.
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O quinto filme dirigido por Helvécio Ratton (Uma Onda no Ar) ganha força ao focar uma história incomum acontecida no período da ditadura. Por dar atenção ao envolvimento de religiosos, e até mesmo da Igreja Católica, no regime político da época, a produção mostra ao espectador uma relação poucas vezes imaginada, mas que existiu. Além disso, Batismo de Sangue traz cenas realistas das torturas realizadas contra os protagonistas. Elas chocam por serem muito bem filmadas, mostrando a violência e a crueldade de forma explícita. Dirigido de forma madura, o filme traz excelente reconstituição de época e interpretações memoráveis, especialmente no caso de Caio Blat, que encarna de forma emocionante as torturas sofridas por Frei Tito - não somente as que ele sofre na prisão, mas principalmente as posteriores, realizadas em sua própria mente. Tito perde a razão e a crença em seus ideais, até então tão firmes até o momento em que sofre cruéis torturas, lideradas pelo delegado Fleury (interpretado por Cássio Gabus Mendes, em raro momento como vilão em sua carreira, marcada por "mocinhos"). Blat é capaz de mostrar com maestria o estado de degradação no qual se encontra o personagem na evolução da trama, até culminar com seu suicídio (cena que abre o filme).
No entanto, Batismo de Sangue sofre com alguns problemas, a começar pelo roteiro. Alguns diálogos são tão "certinhos" que soam falsos, mesmo que envoltos numa aura de realismo concebida pela equipe do filme. A estrutura da produção também tem momentos problemáticos; algumas cenas parecem estar perdidas no meio do turbilhão de acontecimentos desencadeados à volta dos personagens. Mas o fato da produção misturar valores aparentemente antagônicos, além de ser muito bem dirigido tanto nas cenas mais introspectivas, envolvendo a fé e a razão dos personagens, quanto nas de ação, faz com que seu saldo permaneça positivo. Intenso e realista, Batismo de Sangue mostra essa história tão pouco contada não somente no cinema brasileiro, mas principalmente nos livros de História.
No entanto, Batismo de Sangue sofre com alguns problemas, a começar pelo roteiro. Alguns diálogos são tão "certinhos" que soam falsos, mesmo que envoltos numa aura de realismo concebida pela equipe do filme. A estrutura da produção também tem momentos problemáticos; algumas cenas parecem estar perdidas no meio do turbilhão de acontecimentos desencadeados à volta dos personagens. Mas o fato da produção misturar valores aparentemente antagônicos, além de ser muito bem dirigido tanto nas cenas mais introspectivas, envolvendo a fé e a razão dos personagens, quanto nas de ação, faz com que seu saldo permaneça positivo. Intenso e realista, Batismo de Sangue mostra essa história tão pouco contada não somente no cinema brasileiro, mas principalmente nos livros de História.
Fonte: Cineclick
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